SEXTA Scholz pisca o olho à China de Xi Jinping e gera críticas

Recebido por um sorridente Xi Jinping no Grande Salão do Povo em Pequim, Olaf Scholz ouviu o presidente chinês sublinhar que China e Alemanha devem trabalhar juntas. Já o chanceler alemão focou o período de “grande tensão” que vivemos, deixando o pedido para que Pequim exerça influência junto da Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia. Mas a visita, a primeira de um líder do G7 à China desde a pandemia, valeu ao chanceler alemão críticas, até na sua coligação, não só por surgir logo após o Congresso do PC Chinês que reforçou o poder de Xi, como por aumentar a dependência da Alemanha em relação a Pequim. Sobretudo num momento em que Berlim procura alternativa ao gás russo, do qual era fortemente dependente. Há quem aponte que, acompanhado de uma delegação empresarial, que inclui os presidentes da Volkswagen, BioNtech ou Siemens, Scholz pode estar à remediar um problema, criando um maior

A debandada mortífera que deixou de luto a bela Seul

Itaewon é um dos bairros mais cosmopolitas e internacionais de Seul. Próximo de uma antiga base militar americana, ali encontramos restaurantes, bares, lojas de design e até o Leeum, o museu criado pela Samsung e desenhado por arquitetos internacionais. Não espanta, pois, que no primeiro ano sem restrições devido à covid as ruas de Itaewon se tenham enchido de uma multidão decidida a divertir-se numa festa de Halloween antecipada. Mas a noite acabou por ser de tragédia, quando 153 pessoas morreram esmagadas numa debandada. A investigação está a decorrer, mas sabe-se que houve vários telefonemas para a polícia nas horas anteriores à tragédia a alertar que a zona estava perigosamente sobrelotada. Seja quem for o responsável, que as mortes destes jovens sejam um alerta para as autoridades garantirem a segurança de quem tenha o privilégio de passear pela bela Seul.

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Subscrever DOMINGO Lula, um comeback kid de 77 anos, volta à liderança do Brasil

Foi por volta das 21h45 (de Lisboa) que se deu a virada: Jair Bolsonaro partira na frente na corrida às presidenciais brasileiras, como esperado, mas Lula da Silva acabava de passar para a frente. E nunca mais deixou a liderança, aumentando a distância até ser declarado vencedor. 12 anos depois de ter deixado o Palácio do Planalto, o antigo metalúrgico está de volta num regresso improvável, se pensarmos que pelo meio esteve preso 580 dias por corrupção. Aos 77 anos, Lula pode ser o comeback kid , mas terá a energia para liderar um gigante com mais de 200 milhões de habitantes, onde as divisões profundas se refletem bem nos resultados destas presidenciais? É que Lula ganhou, sim, mas Bolsonaro conseguiu 49,1% dos votos, a apenas dois milhões de votos do vencedor. Mas se demorou a reconhecer a derrota – e nem felicitou Lula -, para já parece afastado o cenário de golpe que alguns antecipavam. Portugal e o mundo só podem desejar o sucesso de Lula e do Brasil.

SEGUNDA Marcelo e Ramos-Horta unidos em apoio a timorenses

Na visita de Estado do presidente timorense era impossível não abordar a questão das centenas de timorenses recém-chegados a Portugal sem enquadramento social. Na conferência de imprensa com Marcelo Rebelo de Sousa, Ramos-Horta garantiu que Díli está empenhada em “identificar e punir” os “grupos sem escrúpulos” que enganam os jovens timorenses com promessas falsas de trabalho. Ao seu lado no Palácio de Belém, o Presidente português garantiu que os dois países têm agido “em conjunto”. E negou que o seu convite a jovens universitários timorenses para virem a Portugal, feito na sua visita a Díli em maio, esteja na origem desta vinda em massa. Como mostrou a mobilização dos portugueses antes do referendo à independência timorense, em 1999, Portugal está ao lado de Timor. Agora como antes, para dar a estes jovens condições de vida e de trabalho, que não na rua.

TERÇA O regresso de Bibi à boleia de um radical chamado Ben-Gvir

O momento é de regressos. Depois de Lula no Brasil, Benjamin Netanyahu está de volta ao poder em Israel. Nas quintas eleições em quatro anos, o bloco da direita desta vez conseguiu 64 dos 120 lugares do Knesset. Mas resta saber se a coligação entre o Likud, de Netanyahu, os ultraortodoxos do Shas e o Judaísmo Unido da Torá, que depende ainda da extrema-direita do Partido Sonista Religioso, incluindo a fação extremista Poder Judaico, vai funcionar. Suspeito de querer reformar o poder judicial para escapar às acusações de corrupção que pesam sobre ele, Bibi terá de manter a extrema-direita sob controlo. Sobretudo Ben-Gvir, o líder do Poder Judaico, que esteve ligado a um grupo ultranacionalista ortodoxo banido da política e considerado terrorista. Tanto ele como Bezalel Smotrich, do Partido Sionista Religioso, já foram condenados por incitar ao racismo contra os árabes – mais de 20% da população israelita. Conseguirá Bibi acabar com a instabilidade?

QUARTA Etiópia: acordo para “fim das hostilidade” no Tigray

Ao fim de dois anos de conflito, o governo etíope e os rebeldes do Tigray acordaram o “fim das hostilidades” naquela região do Norte da Etiópia. O acordo foi assinado em Pretória, na África do Sul, onde decorriam as conversações de paz, sob o patrocínio da União Africana. O acordo prevê um “desarmamento ordenado, suave e coordenado”, bem como “o restabelecimento da lei e ordem” e o “acesso sem entraves aos fornecimentos humanitários”. Com o acesso ao Tigray muito limitado, desconhece-se a verdadeira dimensão do conflito, mas a ONU estima que até meio milhão de pessoas tenham sido mortas e mais de dois milhões deslocadas, com centenas de milhares mergulhados em condições de quase inanição. Este é um acordo africano para um conflito africano. Se vai durar ou não, é difícil dizer, sobretudo porque a Eritreia, que combateu ao lado da Etiópia contra os rebeldes do Tigray, não esteve nas negociações de paz. Mas é “um primeiro passo bem-vindo”, como saudou a ONU.

QUINTA Papa pede fim da pena de morte em visita ao Bahrein

Chegado ao Bahrein para uma visita de quatro dias, e com o rei Hamad bin Isa Al Khalifa ao seu lado, o Papa Francisco pediu às autoridades do reino do golfo, controlado por sunitas e acusado de discriminação contra a maioria xiita, para renunciarem à pena de morte e garantirem os direitos básicos dos seus habitantes. Numa viagem que inclui a participação numa conferência inter-religiosa patrocinada pelo governo do Bahrein sobre o diálogo Leste-Oeste, Francisco apelou ainda ao respeito pelos trabalhadores imigrantes dos quais o país depende, mas que há muito enfrentam abusos na construção, extração de petróleo e serviços domésticos, pedindo condições de trabalho “seguras e dignas”. Em 2017 o Bahrein abandonou uma moratória sobre a pena de morte, tendo executado seis pessoas desde então.

SEXTA Scholz pisca o olho à China de Xi Jinping e gera críticas

Recebido por um sorridente Xi Jinping no Grande Salão do Povo em Pequim, Olaf Scholz ouviu o presidente chinês sublinhar que China e Alemanha devem trabalhar juntas. Já o chanceler alemão focou o período de “grande tensão” que vivemos, deixando o pedido para que Pequim exerça influência junto da Rússia para acabar com a guerra na Ucrânia. Mas a visita, a primeira de um líder do G7 à China desde a pandemia, valeu ao chanceler alemão críticas, até na sua coligação, não só por surgir logo após o Congresso do PC Chinês que reforçou o poder de Xi, como por aumentar a dependência da Alemanha em relação a Pequim. Sobretudo num momento em que Berlim procura alternativa ao gás russo, do qual era fortemente dependente. Há quem aponte que, acompanhado de uma delegação empresarial, que inclui os presidentes da Volkswagen, BioNtech ou Siemens, Scholz pode estar à remediar um problema, criando um maior.


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