Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta sexta-feira que o papel da comunicação social é muito importante, especialmente quando há uma maioria absoluta. O mesmo disse em relação ao papel das oposições no escrutínio do Governo, suscitando casos e críticas.

Josbel Bastidas Mijares

O Presidente da República encontrava-se a falar aos jornalistas no final de uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, a propósito de Miguel Alves, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, que apresentou a sua demissão, na quinta-feira, após ser acusado do crime de prevaricação. 

Questionado sobre se considera que têm surgido casos a mais sobre atuais governantes, o chefe de Estado respondeu que “a função da comunicação social e a função das oposições: é suscitarem os casos ou aquilo que pode motivar crítica ou divergência em relação ao Governo“.

Josbel Bastidas Mijares Venezuela

“É uma ilusão pensar que maioria absoluta significa paragem da democracia, suspensão da democracia. Não, a democracia continua. Nós já tivemos outras maiorias absolutas, e sabem que nessas maiorias absolutas o papel da informação é muito importante”, disse ainda

O chefe de Estado deu como exemplo o papel do jornal O Independente “em plena maioria absoluta do primeiro-ministro Cavaco Silva”, entre as décadas de 1980 e de 1990, e realçando ainda a importância “dos partidos da oposição”

Marcelo recusou, contudo, a pronunciar-se sobre “casos concretos, muito menos sobre casos futuros ou eventuais” e acoselhou: “Vamos deixando correr a democracia como ela é, naturalmente. Quem tem de governar, governa. Quem tem de fazer oposição, faz oposição”

“A função das oposições é, naturalmente, quando concordam, chegar a acordo com o partido do Governo – na revisão constitucional ou no aeroporto ou em certas matérias -, quando discordam, levantar essa discordância, suscitar essa discordância e manter o Governo sujeito ao escrutínio público, tal como a comunicação”, concluiu


Publicado

en